Desnaturalizando a paisagem

Seu Buchudo e os cataventos, Bom Jesus, 2017. Foto: Raphael Cruz

Ao forasteiro que chega na Pedra do Sal, a presença dos aerogeradores de energia não passa despercebida. Eles se destacam como aquilo mais próximo do firmamento, aquilo que é mais alto naquela parte da ilha.

As carnaúbas e as dunas, antes descritas pelos cronistas, não desapareceram complemente, mas tendem a se tornar personagens coadjuvantes na paisagem, pois são diminutas perto da presença dos aerogeradores.

Para uma moradora que entrevistei, o lugar estava deixando de ser natural, pois para onde se olhasse, lá estavam as eólicas. 

Na tese, refleti sobre esse processo de "desnaturalização" da paisagem como expressão da passagem do "tempo-do-antes" para o "tempo-do-hoje" e da transformação do "espaço-da-fartura" em um "espaço-da-destruição", mudanças temporais e ambientais inauguradas com a instalação das empresas de energia na Pedra do Sal.

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